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Foto do escritorHenrique Correia

Vamos para eleições com os dois principais partidos em desavenças internas?



Como vão apelar ao voto num projeto mobilizador para a Região se não conseguem mobilizar internamente? Como vai o eleitorado reagir perante este cenário de desavenças internas?

É dificil garantir estabilidade em cima de um "palco" instável.





A Madeira nunca viveu um momento político tão difícil como este. A degradação da vida político partidária, assente em divergências internas insanáveis e que transmitem insegurança no eleitorado, impedem que ocorra, nas próximas eleições, uma clarificação tendo em vista um Governo de maioria absoluta ou uma outra solução governativa estável. E quando essa fragilidade é transmitida na esfera dos dois principais partidos, no caso o PSD e o PS, então estamos praticamente conversados relativamente ao que nos pode trazer mais este ato eleitoral para a Assembleia Regional em função da queda do Governo de Miguel Albuquerque.

No Partido Social Democrata, já percebemos, as estruturas eleitas, afetas naturalmente à liderança atual, deitam mão de tudo o que é possível, à luz dos estatutos e dos prazos, para jogar com o tempo e impedir que a pretensão de Manuel António Correia, para a realização de um Congresso eletivo, não passe nos órgãos do partido e fique tudo como está para não abalar o poder instituído.

Manuel António fez bem deixar claro que estas divergências internas não se regem pelos cargos, na sequência de uma tentativa de Albuquerque em proceder ao "modus operandi" de décadas com "oferta" de lugares a troco de silêncio. O antigo secretário regional, que no PSD-M representa quase metade dos militantes e fez uma petição para o Congresso através de 540 assinaturas, quando 300 eram suficientes, apresentou quase o dobro, deixou Albuquerque sem solução para travar esta onda crítica interna. Quer a mudança de estratégia no PSD-M, que não se "remenda" com um cargo, mas antes com eleições internas para clarificar uma liderança de Albuquerque, que desde as últimas internas, teve o estatuto de arguido, tal como alguns governantes também ainda em funções.

Portanto, temos um PSD-M fragilizado que pretende ir a votos pedindo a maioria absoluta. Um desafio gigantesco para a liderança de Miguel Albuquerque, que ainda por cima vê o seu parceiro privilegiado, o CDS, preparar terreno para outras opções, mesmo que nos últimos tempos o seu apoio até tenha sido insuficiente para a maioria absoluta parlamentar.

Para um quadro de problemas no partido maioritário, temos a contrapôr um quadro de problemas no segundo maior partido, o Partido Socialista, sendo de referir o avanço de Carlos Pereira, que também foi líder perdedor, como todos, mas que segundo o Diário assume-se como alternativa a Paulo Cafôfo. Considera que o facto das eleições não serem a 9 de março, garante uma margem para as primárias e para a mudança de líder entre os socialistas madeirenses.

Muito provavelmente, ficará tudo como está. Talvez possa ficar pior para estes dois partidos. Como vão apelar ao voto num projeto mobilizador para a Região se não conseguem mobilizar internamente? Como vai o eleitorado reagir perante este cenário de desavenças internas?

É dificil garantir estabilidade num "palco" instável.



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