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Foto do escritorHenrique Correia

Suspostos benefícios para o ginásio da filha de Teles e apreensão de Jaguar


Segundo revela o Observador, a investigação judicial na Madeira suspeita que o Jaguar conduzido por Daniela Rodrigues, chefe de gabinete de Humberto Vasconcelos no segundo mandato dp governante, e companheira do empresário Drumond, pode ter sido uma contrapartida.




A operação levada a efeito pela Polícia Judiciária, na Madeira, a que se deu a denominação em latim "AB INITIO" (desde início), e que levou a 8 detenções e envolveu 43 mandados, tem novos contornos hoje publicados pelo Observador, que entre outros dados, dá conta que o secretário-geral do PSD Madeira, José Prada, pode vir a ser constituído arguido. Não consta da lista de detidos, mas foi alvo de buscas no âmbito desta ação desenvolvida pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção e pelo Departamento de Investigação Criminal da Madeira, que se iniciou-se em 2020, sobre condutas consideradas como criminalidade altamente organizada. Também o adjunto de Miguel Albuquerque Miguel Silva, está sob investigação.

Os detidos, já se sabe, são o ex-secretário da Agricultura Humberto Vasconcelos, a sua chefe de gabinete Daniela Rodrigues, a técnica especialista da mesma secretaria, Cecília Aguiar, p ex-diretor regional da Agricultura Paulo Santos, o presidente da Câmara da Calheta Carlos Teles, o presidente do IASAÚDE Bruno Freitas e os empresários, da Dupla DP Humberto Drumond e Miguel Nóbrega.

Em causa, estão 25 contratos públicos adjudicados por diversas entidades públicas

regionais a empresas controladas por Humberto Drumond num valor total superior a 1 milhão de euros entre 2014 e 2024. O custo de alguns desses contratos terão sido

empolados “de forma a saldar "forma a saldar dívidas de um partido político resultantes de campanhaeleitoral”.

Segundo o Observador "o alegado esquema sob investigação do DIAP Regional de Lisboa e da PJ terá começado com um pequeno conglomerado de 11 sociedades alegadamente controladas por Humberto Drumond e Miguel Nóbrega. Muitas dessas empresas serviam apenas para se

apresentarem em procedimentos de contratação pública relacionados com comunicação, marketing e publicidade nos quais era obrigatório ouvir mais do que uma proposta comercial". Uma das linhas de investigação, adianta a mesma publicação, "visa igualmente suspeitas de corrupção e de desvio de verbas do financiamento partidário ilícito para alegado benefício próprio dos dirigentes do PSD/Madeira. Uma matéria difícil de provar devido ao facto de existirem indícios de que muitos pagamentos terão sido feitos em ‘dinheiro vivo".

O Observador revela, ainda, que Carlos Teles, presidente da Câmara da Calheta e um dos detidos, é "suspeito de ter recebido alegadas contrapartidas, nomeadamente em

benefício da filha, de modo a cobrir despesas relacionadas com o fornecimento de bens

para o ginásio “Ritmo Calheta”, inaugurado em 2023 e explorado pela sociedade Alegria

Teles, da sua filha Ana Patrícia. Além do crime de prevaricação, Carlos Teles é suspeito do crime de recebimento indevido de vantagem".

E revela mais: "Outra diligência que foi feita esta terça-feira pelos inspetores da PJ prendeu-se com a apreensão de um veículo de luxo da marca Jaguar, que era conduzido por Daniela Rodrigues, companheira de Humberto Drumond e chefe de gabinete de Humberto Vasconcelos no segundo mandato. As autoridades suspeitam que a viatura terá sido adquirida com o produto das adjudicações alegadamente ilícitas concedidas às

empresas de Drumond, daí o DIAP Regional de Lisboa ter ordenado a sua apreensão".

Participaram na operação “AB INITIO” cerca de 110 elementos da PJ, quatro Procuradores da República, dois Juízes do Tribunal Judicial do Funchal e seis elementos do Núcleo de Assessoria Técnica.


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