Caso alguém não tenha ainda percebido ou persista com dúvidas, este também é um problema de segurança e de criminalidade, grande ou pequena. As estatísticas "pintam" de branco o que se vê que é negro.

Imagem RTP

Subintendente Dario Sanguedo: tivemos casos de violência contra familiares, por parte de consumidores destas substâncias.
As drogas sintéticas são o flagelo da Madeira. Mais baratas, logo mais acessíveis, têm destruído vidas ao longo dos tempos emgrossando o mundo dos sem abrigo e dos fragilizados por um consumo desenfreado, incontrolável, que nem as estatísticas, tão ao gosto dos governos e das polícias, conseguem camuflar a realidade triste do outro lado do desenvolvimento da Madeira.
O assunto suscita pouco debate aberto, tem sido alvo de muitas abordagens por parte de responsáveis por departamentos que ligam diretamente com estas situações, mas isso não tem sido suficiente para evitar um maior consumo, uma gravidade cada vez maior. Como refere uma reportagem a emitir esta noite (quinta-feira, 30 de janeiro) pela RTP, após o Telejornal, a situação do consumo de drogas sintéticas na Madeira é muito mais do que está à vista. A equipa de reportagem da televisão pública entrevistou consumidores, trouxe realidades para quem quiser ver, uma realidade de degradação, em zonas degradadas, abandonadas, paredes meia com uma vida que corre à volta e que "escondem" estes submundos da nossa Região Autónoma.
Já não há como encobrir a situação. E para uma equipa de reportagem nacional, que nem sempre acontece quando jornalistas da Região procuram o assunto, até a Polícia de Segurança Pública falou abertamente do assunto, como deve ser num Estado de Direito, onde as instituições devem dar respostas ao povo. A PSP reconhece a gravidade da situação, o que é uma raridade este reconhecimento, relatando inclusive situações em que os consumidores, possuídos pelos efeitos da droga, inflingem ferimentos a si próprios na sequência de alucinações e das dependências. Uma realidade à qual ninguém pode ficar indiferente e todos temos responsabilidades, de alguma forma, nem que seja pela legitimação de procedimentos e medidas cujo resultado é o que se vê. Todos, cidadãos, governantes, oposição, polícias, departamentos de prevenção e intervenção, devemos ter a consciência da importância de intervir, em operação integrada, sobre estes consumos, para, quem sabe, evitar mais tragédias na vida de muitos jovens.
O programa "Linha da Frente" coloca a Madeira no centro deste problema. É tempo da Madeira colocar o problema na linha da frente das prioridades.
Caso alguém tenha dúvidas, este também é um problema de segurança e de criminalidade, grande ou pequena. As estatísticas "pintam" de branco o que se vê que é negro.
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