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Foto do escritorHenrique Correia

PSD e PS: no "jogo" de "empatas" o Poder leva vantagem




Quem tem de se chegar à frente é o PS-M, o PSD-M vai gerindo o que ainda ganha e finge que não perde. Não o podia fazer com um adversário forte ou com uma oposição conjunta forte, sem "umbigos" inconsequentes.





Os dois principais partidos da Região atravessam crises de liderança. Se não quiserem falar de crises de liderança, falamos pelo menos de divergências internas, que vai dar ao mesmo, algumas profundas, que poderão pesar, de forma muito forte, nas próximas eleições regionais antecipadas, praticamente uma decisão que virá a caminho por indicação do Presidente da República, correspondendo assim à unanimidade verificada, junto dos partidos, relativamente ao desejo de irem a votos. Não sei se servirá a todos, mas todos querem ir de novo às urnas com os mesmos líderes, com as mesmas estratégias e com as mesmas divergências. E, neste particular, querem ir a votos dois partidos em clara divisão interna, não de órgãos, normalmente bloqueados pelas máquinas partidárias, mas de militância, por muito que digam o contrário. E nestes casos de desconfiança, quem sai beneficiado na decisão popular? Tenho como quase certo que o eleitorado madeirense, já de si muito conservador, prefere uma desconfiança que conhece. Ou seja, PSD, mesmo em perda de votos. Não andará muito longe disto. Se quiserem, mais do mesmo. Mais PSD a vencer, mas em perda, mais PS a tentar perder por poucos e, ainda por cima, olhando pelo ombro para ver se não é ultrapassado pelos partidos emergentes. Não sei, também, se o PS teria tempo de se reorganizar ao ponto de mobilizar um eleitorado de vitória, pelo menos que lhe desse uma representatividade para negociar em igualdade de circunstâncias. É legítima a aspiração de Carlos Pereira, e de outros, face a uma estagnação política de Paulo Cafôfo, cuja acutilância já teve melhores dias, mas não sei se Carlos Pereira também conseguia assumir a liderança do PS e, num passo de mágica, ganhar a Albuquerque. Reduzir a diferença, até podia acontecer, mas ganhar é um caminho que o PS tem de caminhar sem ter tempo para isso. E está sempre à experiência, sempre em testes, como aquelas equipas que nunca estão com os treinadores. E se quer vencer o PSD, é com outro patamar que vai além de se dizer alternativa, vai para lá do pedido de voto, é mesmo pela confiança e pela mobilização como uma causa Regional, o que até agora o eleitorado não entendeu. Nem sei, se agora, há condições para entender.

Esta semana, o socialista Jaime Leandro desvincolou-se do partido, uma decisão que Carlos Pereira aproveitou para, publicamente, desancar em Paulo Cafôfo. O antigo líder escreveu que "o pedido de abandono do PS M por Jaime Leandro é mais um grito de revolta e, sobretudo , mais um alerta às bases do partido . Não à sua Direcção que decidiu, há alguns tempos a esta parte, se trancar num casulo e ignorar a realidade, demonstrando total incapacidade , talvez até vontade , de inverter o rumo dos acontecimentos . O momento é de extrema gravidade e a saída de um quadro com tão grande contributo para a vida do PS M deveria estremecer, mais uma vez, quem anseia por soluções diferentes das que têm vingado na nossa Região .

Se é certo que não se denota capacidade nos actuais dirigentes para alimentar a esperança de uma mudança no estado do ambiente político da Madeira e, sobretudo , na construção de uma alternativa, verifica-se , com significado agravamento, um insensato estimulo para uma sangria imparável.Alguns abandonam com estrondo , como fez agora o Jaime Leandro , outros vão desistindo . Deixam de lutar contra a maré de uma organização que ignora e/ou persegue, evitando o contributo de todos conforme se exige em democracia", escreveu Carlos Pereira.

Assim, por razões diferentes, tanto Miguel Albuquerque como Paulo Cafôfo têm o lugar sob escrutínio interno, sendo que neste contexto o partido que sai menos prejudicado é mesmo o que está no poder. Quem tem de se chegar à frente é o PS-M, o PSD-M vai gerindo o que ainda ganha e finge que não perde. Não o podia fazer com um adversário forte ou com uma oposição conjunta forte, sem "umbigos" inconsequentes. Com outros obstáculos de governação, provavelmente seria tudo diferente.




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