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O cansaço não é de eleições mas da falta de ação criativa das campanhas

Foto do escritor: Henrique CorreiaHenrique Correia



Mas apesar das queixas e das críticas, a verdade é que este não é o momento para povo ficar cansado...



Estamos na última semana da campanha, daquela que é oficial e que ainda mantém o dia para refletir, um dia sem sentido, com uma lei desadequada aos tempos em que a comunicação não é nada do que era e as restrições deixaram, há muito, a razoabilidade que esteve na respetiva origem. Faltam cinco dias, incluindo hoje, para terminar esta entediante fase, apenas interrompida com um ou outro debate mais incisivo, mas no cômputo geral é uma maçada que não se aguenta de tão "cinzenta" que é.

Mas pronto, temos de viver com o que temos, é isso que conta no próximo domingo de eleições legislativas regionais antecipadas. Curiosamente e nada tem a ver com campanhas, a própria conjuntura política pode determinar algumas realidades a que a Região está pouco habituada. Acho que nunca a Madeira viveu, numas eleições, esta incerteza global de resultados, que pode traduzir alterações substânciais no figurino parlamentar. É esperar para ver.

Mas antecipando a reflexão, mais útil por comparação com o inócuo dia de sábado, tenho para mim que é importante repensar sobre todos os contornos da campanha eleitoral, incluindo já antes a pré campanha, onde a falta de criatividade, a inexistência de inovação, a infindável e exaustiva repetição de mensagens, sempre da mesma forma, um pesadelo generalizado, levam ao esgotamento dos eleitores, que já não podem ver panfletos, canetas, gente sem saber para onde vai e o que diz, outros que gastam dinheiro em ações que, bem vistas as coisas, são "velhas como o norte", muitas delas ineficazes, sem chama, só para que os candidatos sejam vistos, mas muito mais para que os candidatos vejam quem apareceu a dar o "corpo à campanha", disso pode depender o que vier a seguir. Não aparece, desaparece. Uma espécie de avaliação sobre "quem está comigo" ou "quem está contra mim".

Na realidade, a forma como se faz a campanha, assenta em modelos cansados. O povo não está cansado de eleições, o povo não pode estar cansado de uma conquista da democracia, o povo não pode estar cansado da democracia. O povo está cansado da forma de exercício da democracia, de alguns protagonistas, de governantes e alguns políticos, no geral, salvo exceções, que prometem "mundos e fundos" e depois governam como querem, com quem querem, dizendo-se legitimados pelo voto quando o voto não legitimou efetivamente determinadas alianças que, no fundo, não foram escrutinadas mas são fruto da manipulação dessa confiança do eleitor.

Não podemos nem devemos estar cansados de eleições quando as eleições são o único momento em que podemos decidir. Sempre, haja o que houver. Não podemos estar cansados de influenciar o futuro, de escolher pessoas e políticas que representem, na realidade, o que queremos. Não podemos estar cansados da Democracia. A Democracia é um cansaço bom.

Estamos é cansados de práticas e expedientes no exercício da ação política a que chamam o normal funcionamento da Democracia. E de uma retórica que se serve das instituições, partidárias e não só, para servir interesses.

Mas apesar das queixas e das críticas, a verdade é que este não é o momento para povo ficar cansado...






 
 

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