FPF impõe limites às representações da Madeira e dos Açores... e ninguém contesta

Federação recua aos anos 60 do século passado quando Madeira e Açores tinham de jogar entre si para apurar uma equipa à Taça de Portugal!

Ao lermos o Regulamento dos Campeonatos Nacionais de Sub-19, sub-17 e Sub-15 deparamo-nos com a aberração de nas respetivas I Divisões só poder figurar, a partir da próxima época, uma equipa das Regiões Autónomas!

Um retrocesso gigantesco na afirmação do futebol jovem tanto da Madeira como dos Açores que causa estupefação sobretudo por não ter merecido qualquer linha ou palavra de contestação! Uma norma (...o número máximo de Clubes participantes no Campeonato Nacional Sub-19 [Sub-17 e Sub-15] I Divisão por Região Autónoma que podem disputar o Campeonato é limitado a 1) que é atentatória de tudo e que coloca, até, alguns casos caricatos.

Repare-se que o apuramento dessa 'única equipa' é feito por uma disputa entre o pior classificado insular da I Divisão e o melhor classificado insular da II Divisão - supondo que o 'pior' da I Divisão é, mesmo, campeão nacional, terá de discutir a manutenção no escalão principal com uma equipa de II Divisão... Caricato!

Num exemplo prático, neste momento temos na I Divisão Sub-19 apenas uma equipa insular, no caso do Lusitânia dos Açores, formação com um contingente de estrangeiros muito forte, enquanto as madeirenses, CD Nacional e CS Marítimo, estão na II Divisão e apenas uma pode, no final, eventualmente lutar pela subida.

A Federação Portuguesa de Futebol não se limita a restringir a participação da Madeira ou dos Açores, vai mais longe restringindo a participação da Madeira e dos Açores. Recua aos anos 60 do século passado quando Madeira e Açores tinham de jogar entre si para apurar uma equipa à Taça de Portugal!!!

Já agora, porque a FPF não faz essa seleção entre outras Associações do país? Por exemplo, limitar que Porto e Braga tenham um só representante na I Divisão... Que aconteça o mesmo com Lisboa e Setúbal... Ou Leiria e Coimbra...

Lamentável, também, que nem clubes, nem Associações, nem entidades oficiais protestem este 'crime de lesa futebol jovem'. É referido pela FPF que 'o presente regulamento foi sujeito a consulta pública' e não há conhecimento de 'vozes contra'...