Ivone Nunes: "Uma comunidade terapêutica com utentes da Região, em que todos se conhecem, seria complicado"
A diretora do Serviço de Psiquiatria e da Unidade de Tratamento e Reabilitação da Toxicodependência dissehoje, na Assembleia Legislativa da Madeira, que “não faz muito sentido criar uma comunidade terapêutica” na Madeira.
Ivone Nunes lembrou que uma “comunidade terapêutica pretende desenraizar o utente da sua realidade, que é tóxica. Para que haja continuidade e viabilidade do tratamento é importante que ele se desenraíze do meio em que está inserido, e que tenha um espaço onde as memórias e as vivências relacionadas com os consumos sejam anuladas”. Por isso a Diretora do Serviço de Psiquiatria entende que “uma comunidade terapêutica com utentes da Região, em que todos se conhecem, seria complicado”.
Ivone Nunes foi ouvida na Comissão Especializada de Saúde e Proteção Civil a propósito de um requerimento do PSD que está a pedir a opinião de várias entidades “sobre programas de combate e dissuasão do consumo de drogas e substâncias psicoativas na Região Autónoma da Madeira”.
Em média, por ano são reencaminhados cinco utentes para comunidades terapêuticas no continente.
A especialista no tratamento das toxicodependências defende, por isso, a importância da criação de um centro de dia “para dar continuidade ao tratamento e ajudar a pessoa ter uma vida com outras características”. Pediu ainda “centros de rua, onde seja possível os utentes dormirem, tomarem banho, trocarem de roupa”.
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