Centristas madeirenses revelam taxa de 29% na execução do Plano de Recuperação e Resiliência na Região e pedem alargamento de prazos para que as verbas sejam aplicadas. Se assim não for, a Madeira poderá deixar muitos milhões por executar.

"A execução do PRR na Madeira ronda os 29%, mas a região tem capacidade para executar todo o seu plano se forem alargados estes prazos. No entanto, se a União Europeia mantiver esta imposição de que os prazos são até 2026, infelizmente a Região Autónoma da Madeira e, sobretudo, o país irá deixar muitos milhões de euros por executar, o que significa que muitos projetos, quer a nível regional quer a nível nacional, não irão ser terminados pela falta de concretização dos prazos".
Este "alerta vermelho" de um parceiro do Governo Regional, foi a base da conferência de imprensa do deputado do CDS Lopes da Fonseca, uma posição que não tem sido revelada pelo Governo pelo menos com esta objetividade de "perigo" iminente de incumprimento dos prazos: "Nós estamos a verificar, quer através das empresas regionais e, especialmente, a nível nacional, que a execução do PRR, neste momento, é muito baixa derivado aos fatores externos que têm influenciado essa execução, nomeadamente a pandemia e agora a guerra na Europa. Esta conjuntura influenciou de uma forma muito negativa a execução dos prazos do PRR, pois, por um lado, as empresas têm uma enorme dificuldade devido ao fluxo inflacionista, os preços das matérias primas aumentaram imenso, há uma falta de mão de obra decorrente da emigração e nós, nomeadamente na região, verificamos que precisamos urgentemente de alargar os prazos para a execução”.
Lopes da Fonseca acrescenta que "a União Europeia tem de pensar nos 27 Estados-membros que a compõem e nas dificuldades que os mesmos estão a ter na execução do PRR. “E esperemos que o próximo quadro comunitário não seja pensado da mesma forma que foi pensado o Plano de Recuperação e Resiliência. Esperamos sim, que seja pensado em função das vicissitudes e especificidades dos países, em particular das regiões, nomeadamente das regiões ultraperiféricas, e não de uma bitola unilateral de imposição aos Estados porque, se não, iremos ter ainda mais dificuldades”, reforça o centrista".
No encontro com a comunicação social, o CDS "demonstra novamente a sua preocupação com as empresas regionais que têm projetos ao abrigo do PRR, projetos esses que podem ser executados se os prazos forem alargados, mas teme que se esses prazos se mantiverem até 2026, as nossas empresas e os nossos projetos no âmbito do governo regional possam não vir a concretizar-se, pois os projetos devem ser concretizados até final de 2024".
O líder parlamentar termina constatando que “o governo da república tem de renegociar estes prazos e deve trabalhar nesse sentido para que a verba destinada à Madeira, (os cerca de 900 milhões de euros que a região poderá receber), possa ser executada quase a 100%", refere um texto do gabinete centrista de comunicação.
댓글