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A desVentura de um partido com falta de quadros

Foto do escritor: Henrique CorreiaHenrique Correia


Enquanto os portugueses se sentirem inseguros, e sentem-se neste momento, os relatórios de descida da criminalidade valem só para as estatísticas. Não é isso que o povo sente. E enquanto for esta a reação institucional ao sentimento do povo, teremos CHEGA por muito mais tempo.




Claro que o CHEGA faz parte do enquadramento partidário reconhecido pelo fugurino constitucional, claro que faz parte do sistema democrático português, nasceu de um homem só, André Ventura, um descontente do PSD, e fez prova de vida com dois assuntos que fazem parte das preocupações dos portugueses, muitos em protesto por descontentamento relativamente à inércia dos partidos tradicionais que normalmente governam, no caso o PS e o PSD. O assuntos são a segurança e a Imigração. E foi assim que um homem só, de repente, é obrigado a encontrar quadros suficientes para chegar aos 50 deputados, do continente e das ilhas, o que levou a que o recrutamento fosse, mais ou menos, como aqueles convites para figurantes de programas televisivos, o que até passou a ser prática do partido ao ponto de estar a decorrer uma "angariação" de interessados, uma espécie de "quem quer concorrer" pelo CHEGA.

Pois bem, se em relação aos partidos mais antigos, com lugares para dar, nas câmaras e no Governo, o escrutínio é muito difícil e aparecem muitos sem "folha limpa" ou com envolvimento em processos judiciais, como temos visto quase todos os meses, com governos PS e PSD, na República ou nas ilhas, imagine-se o que é gerir um partido que, num momento, tem de encontrar pessoas para lugares de deputados nacionais, regionais e locais. É ir ao café e apanhar meia dúzia. Naturalmente com os riscos que daí advêm

O que aconteceu com Miguel Arruda vem na sequência de comportamentos estranhos e atabalhoados, com maior ou menor gravidade, de elementos escolhidos pelo CHEGA. Viu-se isso nas convenções do partido e nos episódios alvo de abordagem no programa humorístico do Ricardo Araújo Pereira, que traz casos caricatos de eleitos do CHEGA em várias estruturas representativas do povo. Não é que os outros partidos estejam imunes a estas figuras, mas o CHEGA está mais exposto por esta necessidade de ter gente que não tem. E a que tem está ainda a fazer percurso. É um problema de falta de quadros e muitos só fazem número. Não dá para mais. Vê-se pela Madeira, onde Miguel Castro era tão desconhecido como os outros, mas agora ficou mais popular pelos episódios que, por acaso, confirmam o estado real do CHEGA a crescer sem "chão", sem base. Castro passou a conhecido, e não pelas melhores razões, os outros continuam desconhecidos, fazem número como alguns do PSD, mas nota-se mais no CHEGA porque o PSD tem 19. Queria, aqui, salvaguardar que, apesar disso, entre os quadros reais nacionais do CHEGA, Francisco Gomes ainda "escapa" a esse "casting" de café. Podemos gostar ou não da figura, podemos não gostar das incursões partidárias, podemos achar estranha este posicionamento à CHEGA, mas no meio deste partido ainda pode fazer parte do quadro principal.

Não sabemos até que ponto este fenómeno do CHEGA vai. Até que ponto resiste a uma certa falta de sustentação. O que sabemos é que a segurança, a saúde, a habitação e a Imigração continuam a fazer parte das preocupações dos portugueses sem solução à vista por parte dos governos e das polícias com falta de poderes.

Enquanto os portugueses se sentirem inseguros, e sentem-se neste momento, os relatórios de descida da criminalidade valem só para as estatísticas. Não é isso que o povo sente. E enquanto for esta a reação institucional ao sentimento do povo, teremos CHEGA por muito mais tempo.

Depois, os partidos instalados queixam-se. Da redução de votos e de serem obrigados a negociar com o CHEGA.





 
 

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